29 janeiro 2006

Remédio santo

Acho que é este Inverno que fico sem celulite!
Com este frio, as pernas tremem como varas verdes.

Muito melhor que aqueles tremedores artificiais...
Assim fica tudo muito mais bem mexido!

24 janeiro 2006

Para acabar

Aqui neste profundo apartamento

Aqui neste profundo apartamento
Em que, não por lugar, mas mente estou,
No claustro de ser eu, neste momento
Em que me encontro e sinto-me o que vou,

Aqui, agora, rememoro
Quanto de mim deixer de ser
E, inutilmente, [....] choro
O que sou e não pude ter.

Fernando Pessoa

Não sei o que hei-de escrever aqui!

Como tinha previsto, depois do anúncio da retirada do meu local de labuta árdua, veio a proposta.
Sim, depois de todas as ofertas e blá blá blá no meu primeiro e último, portanto único mês de trabalho, o sultão lá do sítio ofereceu-me uma pipa de massa para ficar lá. Mas claro, "o principal é fazer o que se gosta. Assim, se não der, podes fazer part-time, ou colaborar para o nosso site. Espera aí, eu tenho amigos na tua área. Traz-me trabalhos teus, vou ver o que posso fazer."

Acho que fui parar a outra galáxia e não notei. O mundo tornou-se generoso? Ui, que medo!
É claro que eu sou profissional; simpática; gira, muito gira, e uma grande fixe (mais que o Soares!). Mas tanto...


Sim?!

"O julgamento do antigo Presidente iraquiano Saddam Hussein foi novamente adiado, devido a uma série de incidentes ocorridos durante a sessão de hoje, envolta em grande confusão."

in Publico, 24-01-2006

Não sei qual é a notícia...
Foi isso que aconteceu com Pinochet, várias vezes. É isso que vai acontecer com Fidel e todos os outros que se julgam deuses do Olimpo (e pelos vistos têm razões para isso!).
O que está na moda é chacinar pessoas, afinal, ao que parece, não se sofre qualquer consequência com isso.

Eu já tenho algumas na mira...

22 janeiro 2006

Habemos Cavacum!

Depois de ter saído o fumo branco...


O que mais me irrita, é por ter sido por tão pouco.
Tantos cardeais em que assentava melhor o título...

Aníbal, tu não és fixe. Não és poeta. Não és lutador.
Habemos de ver o que vais fazer!

20 janeiro 2006

Aguenta!

Vou sobrevivendo até ao fim do dia, ou da semana... são só mais umas horas!

18 janeiro 2006

Invariável

Cansa ser, sentir dói, pensar destruir.

Cansa ser, sentir dói, pensar destruir.
Alheia a nós, em nós e fora,
Rui a hora, e tudo nela rui.
Inutilmente a alma o chora.

De que serve ? O que é que tem que servir ?
Pálido esboço leve
Do sol de Inverno sobre meu leito a sorrir...
Vago sussuro breve.

Das pequenas vozes com que a manhã acorda,
Da fútil promessa do dia,
Morta ao nascer, na 'sperança longínqua e absurda
Em que a alma se fia.

Fernando Pessoa

15 janeiro 2006

Ontem fui presenteada com Legião Urbana

Perfeição

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.

Vamos comemorar como idiotas
A cada Fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afectação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão.

Vamos desejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.

Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição

Tabacaria

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa, Fui até ao campo com grandes propósitos. Mas lá encontrei só ervas e árvores, E quando havia gente era igual à outra. Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Génio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, E a história não marcará, quem sabe?, nem um, Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim... Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, E quem sabe se realizáveis, Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela; Serei sempre o que não nasceu para isso; Serei sempre só o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Escravos cardíacos das estrelas, Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordámos e ele é opaco, Levantámo-nos e ele é alheio, Saímos de casa e ele é a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei A caligrafia rápida destes versos, Pórtico partido para o Impossível. Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, Nobre ao menos no gesto largo com que atiro A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas, E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas, Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -, Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! Meu coração é um balde despejado. Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco A mim mesmo e não encontro nada. Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, Vejo os cães que também existem, E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube, E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis, Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse, E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, Calcando aos pés a consciência de estar existindo, Como um tapete em que um bêbado tropeça Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada E com o desconforto da alma mal-entendendo. Ele morrerá e eu morrerei. Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos. A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também. Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, E a língua em que foram escritos os versos. Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra, Sempre o impossível tão estúpido como o real, Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?), E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. Semiergo-me enérgico, convencido, humano, E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. Sigo o fumo como uma rota própria, E gozo, num momento sensitivo e competente, A libertação de todas as especulações E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira E continuo fumando. Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira Talvez fosse feliz.) Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica. (O dono da Tabacaria chegou à porta.) Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos, 15-01-1928

14 janeiro 2006

Ontem ainda ficaram à espera que eu escrevesse qualquer coisa, não foi?
AZAR!

13 janeiro 2006

Sexta-feira, 13


Ui, que medo!!
Já disserto sobre o assunto...

11 janeiro 2006

Eles andam aí!

Eu era daquelas pessoas que pensava que os pilhões não existiam. Hoje encontrei um espécime dessa natureza, o que me surpreendeu, ainda mais pelo local em que foi encontrado... Telheiras! Essa boa terra que não aposta em restaurantes nem em bombas de gasolina, mas tem pilhões.
Aqui fica a mostra de um exemplar para que não hajam dúvidas.


Afinal eles existem!

10 janeiro 2006

Hoje a minha aula de Próximo e Médio Orientes foi assim:

أنا البحر في أحشائه الدر كامن *** فهل ساءلوا الغواص عن صدفاتي اللغة العربية ... نبعٌ دفّاقٌ لا ينضب ... بل هي بحرٌ زاخر لا ساحل له ... يعبّ الناهل منه فلا يبلّ صداه ... و يغوص في أعماقه فيحار في استخراج ما يراه من لؤلؤ و جمان قد افترش قاعه ...اللغة العربية محفوظة بحفظ الله تعالى لكتابه , و قد تحدى ببلاغته و فصاحته العرب ... لكنّ لما سرت العامية على الألسن ... بدأت اللغة العربية في الاضمحلال ... ليس اضمحلالها بفنائها لأن الله تعالى حفظها ...و لكن بهجر الناس و نسيانهم لها و طغيان اللهجة العامية و تفشيها ... حتى أصبحت بعض دررها مجهولة غريبة عند الناس ... و بعضها استخدم في غير محلّه اعتقاداً بأنها من العامية و هي ليست كذلك ... و نحن هنا في سحر البيان ... ندعو الجميع للعودة إلى هذا البحر الزاخر و الغوص في أعماقه حدّ الغرق..!! عبر مسابقة :( تعالوا لنغوص في بحر لغتنا العذب ) .. تقوم فكرة هذه المسابقة على البحث عن معنى ( درة من درر اللغة ) سنطرح سؤالاً يومياً( كلمة من غريب الألفاظ في اللغة العربية ) و عليكم البحث عن معناها في أيٍ من معاجم اللغة العربية ( الصحاح , لسان العرب , مختار الصحاح و غيرها ) و درجة السؤال ( 10 درجات ) لأول إجابة صحيحة ... سيشرق صباحكم مع إحدى الدرر و سننتظر غوصكم حتى إشراقة الصباح التالي مع درة جديدة ... فأرونا تفاعلكم يا بحّارة البيان نتمنى لكم غوصاً مبهجاً و وقتاً ماتعاً

Frutas...

Frutas frescas
Jugosas rojas y amarillas
Sensual su colorido
Ricas en variedad

En el mercado están
Presentadas al tono
De su naturaleza
Para degustar

Vamos todos
Y de ellas sacamos
Su aroma, y sabor
Es un placer

Mordemos la fruta
Su jugo nos sacia la sed
La magia del árbol
Y la manzana de Adán

Maria del Rosario Alessandrini.19/8/05

Mas Maracujá está solidário!

Em 2003, a vaga de calor terá provocado 2099 mortes a mais em Portugal entre as 35 mil verificadas na Europa, revela um relatório europeu sobre Saúde e Ambiente, que alerta para a existência de medidas para evitar situações semelhantes.

Público, by Lusa on 10-01-2006 22:48

Ah pois é, mas eu não estava aqui!
Ora, no ano de 2003, quando se deu esta vaga de calor, emigrei para outro continente no hemisfério sul. Estava frio, comparando com a Europa. Tive que suportar temperaturas na ordem dos 26, 28 graus. Isso para mim é Inverno. Mas não é, que lá era mesmo Inverno!...
Lembro-me nesse ano, que à pala disso, tive dois Invernos.

Que saudades tenho desta cidade onde me encontrava



E já tinha passado por aqui

Pelas boas lembranças, sim ao Verão, (ou direi antes, Inverno?) de 2003!

08 janeiro 2006

1º dia de campanha

Estou quase a vomitar com a campanha de televisão do sr. Cavaco.
Aquela música... que vómitos. E depois aquelas caras de pessoas conhecidas a dizer que o Cavaco é o maior!

E por ser o mais alto, quer dizer que vai ganhar?

07 janeiro 2006

Já me tinha esquecido como é bom um sábado depois de uma semana de trabalho!

Sim, foi uma semana muito dura e de intenso trabalho.
Sei que muitos estão curiosos quanto ao tipo de trabalho que estou a fazer. Se estou a gostar e essas coisas inerentes à primeira semana de labuta, desde há mais de dois meses. Pois bem, vou contar-vos tudo!
Disseram-me, quando fui à entrevista, que o meu horário de trabalho seria das 9h às 18h, com uma hora de almoço, das 13h às 14h.
Segunda-feira, dia 2 de Janeiro, o novo ano ainda mal entrou em mim, e eu nele, começo a jornada.
Como não sabia como era o trânsito para Telheiras (sim, aquele oásis de Lisboa), decidi sair de casa com alguma antecedência. Mas, talvez tenha exagerado. Cheguei eram 8h30. Esperei. Meia hora no carro e meia hora na recepção (só entramos efectivamente no local de trabalho quando chega alguem com chave). Pensei que era o atraso típico de quem entra no novo ano. Comprendi!
Lá me explicaram o que eu ia fazer. Não percebi patavina. Pareciam que estavam a falar em russo, ou língua do género. É uma empresa que desenvolve um software de gestão para outras empresas, e eu como a informática sou uma leiga... Mas bom, lá me inteirei. Não fiz nada porque ainda não tinha pc. Também só foram trabalhar seis macacos. Aliás, cinco macacos e uma macaca, e eu! Ok.
Terça-feira. Acordei mais tarde. Cheguei eram 8h45. Chegou alguém com chave às 9h45. E tinha-me custado tanto levantar-me... Cambada de insensivéis.
Bem, começa a chegar o pessoal. Gajos atrás de gajos. Entra a mesma gaja que foi trabalhar, note-se, corajosamente, no dia anterior. E gajos e mais gajos. Entra a secretária. E mais gajos. Bom, foi uma cena no minimo estranha. Gajos e mais gajos que só falam de sistemas informáticos.
Chegou o meu pc, um portátil. Começou o meu desempenho profissional. Na primeira manhã de efectivo trabalho, já começo a desesperar. O trabalho é monótono, horrivel, detestável. Não fui talhada práquilo.
Perguntei a que horas é que costumavam chegar ao trabalho. Responderam-me que não valia a pena estar lá antes das 9h30. Foi a boa notícia do dia.
Quarta e quinta, continuaram a ser uns dias horrendos e tinhosos. À excepção do tempo que dormi a mais de manhã.
Sexta-feira, finalmente o último dia da semana. O fim-de-semana já espreitava e sorria!
Cheguei atrasada, mas também ninguém reparou, fui a primeira!
Não tinha net, nem outlook. Informei a quem de devido direito. Tentaram resolver o problema. Nada. Fui almoçar.
Durante a hora de almoço, foi a saga infernal. Tinha que pôr gasolina. Aindei à procura de umas bombas, mas nada. Lá tive que perguntar, e as mais próximas ficavam a uns km de distância.
Mas porque será que a restauração e as gasolineiras não apostam em Telheiras, haverá algum fenómeno que se tenha passado e eu não saiba? Sim, porque durante toda a semana andei à procura de algum sitio onde se comesse, e à excepção do Carrefour, do Feira Nova e de uma Pizza Hut, não havia mais nada!
Cheguei do almoço, ou pseudo, e disseram-me que tinha de formatar aquela cena toda. Ri-me. Perguntaram-me se eu sabia fazer isso. Respondi que NÃO. O único cota lá do sítio disse que me ajudava. Ok. Depois da tarde toda a formatar o pc, continuava sem net. Dia muito bom.
Quando me vinha embora, o tal cota lá do sítio perguntou-me se não levava o computador para casa. Respondi-lhe que não. Ele respondeu: "então anda cá que temos de falar". Lá fui eu. Disse-me que ali todos levavam os pc´s para casa, para eu levar também. Disse-lhe que nunca tinha levado o pc para casa e que não tinha bolsa. Ele respondeu que teria mesmo de levar o pc. Então perguntei-lhe se queria que o levasse debaixo do braço, com o rato no bolso. Fez-se silêncio. Depois ele disse: "por esta passa, mas para a semana já sabes. Vou arranjar-te uma bolsa e levas o pc".
Acabou a semana de trabalho.

Meus amigos, eu não quero levar o pc para casa. Quem é que ao fim de uma semana de trabalho já tem portátil da empresa para trazer para casa?
Para a semana querem dar-me um telemóvel, não?
E depois carro e essas cenas todas. EU NÃO QUERO!
O que será que eles me oferecem se eu informar que não fico lá?
Acho que irei saber mais cedo do que se pensa.

Os meus agradecimentos por terem lido esta bodega até ao fim!
Já percebi que não têm mesmo mais nada para fazer...

06 janeiro 2006

Num castelo do tempo das conquistas estão guardadas as mais belas recordações

Com um brilhozinho nos olhos, por vezes desconcertante, navego fundo na imensidão de mim. E na indecisão, joga-se à defesa.
Lembro-me das mensagens que foram escritas, mas nunca foram enviadas. É preciso andar mais, percorrer mais. Saber o depois que agora nos condiciona.
Fecho os olhos. Quero continuar a sentir. Por vezes aparece o peixinho amarelo que diz olá.
Ele sabe que a porta está sempre aberta.

04 janeiro 2006

Obrigada

Helpppppp!!!

Tirem-me daqui!

Pensamento do dia

Como é bom chegar ao terceiro dia de trabalho depois de meses no desemprego, e desejar estar no vale dos lençóis a sonhar com o Pinóquio.
Mas às vezes os personagens mudam, o que nos faz parecer mais um Pateta.

02 janeiro 2006

Eureka

"PJ desmantela grupo suspeito de crimes violentos"

Só me apetece dizer "não fosse o cú feito para as calças!"

Afinal qual é a função da PJ? Não é desmantelar grupos suspeitos de crime? Acaso a PJ teria alguma especificidade que pudesse tornar o facto extraordinário?

Os almeidas andam por aí a dizer o lixo que apanham? E porquê? São marginalizados, é?
Almeida 1 - Olha o que encontrei!...
Almeida 2 - Mostra lá.
Almeida 1 - (Mostra)
Almeida 2 - Eh! Isso não é o quadro com a fotografia do Freitas do Amaral, que o PP mandou para o PS?
Almeida 1 - É.
Almeida 2 - Vamos dar isto ao museu de Arte Antiga?

Os médicos falam dos seus feitos? Então? Ah pois é!
Médico 1 - Olha, hoje operei um tipo que era albino. Sofreu um acidente, chegou aqui quase cerrado ao meio. Eu voltei a pôr os intestinos no lugar, desentupi-lhe a traqueia e troquei-lhe um rim. O gajo morreu. Já ninguém acreditava. Passados 24 minutos, voltou. Diz que esteve do outro lado, que viu a luz.
Médico 2 - Isso não é nada! Ainda ontem me veio um tipo parar às mãos. Tinha...

01 janeiro 2006

Os sinos dobram

POUCO A POUCO o campo se alarga e se doura.
A manhã extravia-se pelos irregulares da planície.
Sou alheio a todo o espectáculo que vejo: vejo-o.
É exterior a mim. Nenhum sentimento me liga a ele,
E é esse o sentimento que me liga à manhã que aparece.

Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos

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