22 fevereiro 2006

A chave de Chávez

Ainda fico indignada quando vejo a parcialidade explicita nos órgãos de comunicação social que circulam na nossa praça, ainda mais quando é redigido por uma jornalista (não, não é um artigo de opinião).
A última foi um artigo sobre Hugo Chávez, publicado num órgão de comunicação social, dito de referência, pelo senhor que, esse sim, exerce uma ditadura sobre ele. E aí ninguém diz nada.
Pois bem, Hugo Chávez realmente tomou medidas que nos permite atribuir um certo autoritarismo ao seu governo, quanto a isso não há dúvida. Mas quando se faz disso um mote e uma opinião para "cascar" num governo em que certamente a maioria da população está do seu lado, não é aceitável.
É verdade que em 2003, a taxa de inflacção na Venezuela estava em 27 por cento, aumentando, e muito o clivagismo existente entre os ricos e os pobres. Mas Chávez não é do tipo de homem que olha apenas para o seu próprio umbigo. Não é por acaso que é adepto e defensor das missões bolivarianas, que têm como principal objectivo a luta contra a fome e contra o analfabetismo (o índice de analfabetismo no país é inferior a 1 por cento). Com mais de 7 por cento do produto interno bruto investido em educação, 3,8 milhões de estudantes incluídos no sistema educativo, 1,371 milhão de alfabetizados em um ano e meio, e 3,75 mil escolas bolivarianas, assim como 130 escolas técnicas criadas, o governo da República Bolivariana continua avançando na luta contra o analfabetismo.
Além disso, Chavéz implementou um sistema de saúde e educação financiados pelo próprio estado.
Em 2003 e 2004, Hugo Chávez fez progressos nas suas reformas.
Admira-me também, a grande oposição ao Chefe de Estado venezuelano, quando este se diz contra a influência dos Estados Unidos. Se parte das ameaças feitas ao país de Bush são de coçar a orelha, a verdade é que este não é o único a lutar contra a intervenção do "gigante" nos países da América Latina. Relembro Ivo Morales, índigena, eleito presidente da Bolívia.
E mais me espanta, quando no referido artigo se diz que Chávez não tem o apoio da maior parte da população, "E mais mortal ainda para esta teoria de que Chávez é o apoio dos pobres ao regime não é massivo". Não é massivo? Ao que consta, não transparece que o povo venezuelano queira ver Hugo Chávez fora da cadeira presidencial, pelo contrário. A Venezuela vai a eleições em Dezembro deste ano, e, ao que tudo indica, o "aspirante a ditador" terá mais um mandato. Indo a votos. Eleito democraticamente.
Não quero com isto dizer que sou a favor de todas as medidas implementadas por Chávez. Mas também não se pode ignorar o desempenho que este homem tem junto do seu país. Não podemos esquecer que as circunstâncias não são as nossas, a realidade não é a nossa, a tradição não é a nossa.
Então com que direito se manifesta esta jornalista contra o presidente Chávez? A imparcialidade não deveria ser um dos principios do jornalismo?
"O pior cego é aquele que não quer ver!"

1 Comments:

At 26 fevereiro, 2006 23:51, Blogger Telma Duarte said...

Não, não tenho!

 

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