18 julho 2005

Instante

Dois minutos deitam tudo a perder. E tanta mágoa, tanto de um não sei quê, que não se define.
Difícil de entender. Momentos de angustia. Uma confusão infinita que brota cá de dentro e se funde nas palavras incertas de poetas e pensadores.
A alma de criança fica, fica um pouco daquela ingenuidade que começou por ser o todo. Fica o jeito de quem não quer ser, novamente...
Os impulsos dão lugar a um pouco de razão. Àquela razão que cisma em aparecer.
Agora compreendo como ela chega, muitas vezes em boa altura.
Um momento, um instante e tudo vai.
Os vinte são uma escola, assim como os trinta ou os quarenta. Ainda que de maneira diferente, todos temos algo para dar, para receber.
Até as rosas têm picos. Bonitas, cheirosas, mas com picos. Picos que podem fazer sangrar, picos que podem infectar.

Confusão de sentimentos, de brilhos nos olhos.
Panos que tapam o espelho e não fazem reluzir em dias de sol.

E, contudo, os que conseguem ler até ao fim são os mais privilegiados.

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